“Parabéns para mim, você ganhou o prêmio da pessoa mais idiota existente no planeta”. Senti mais uma lágrima escorrer sobre o meu rosto ao lembrar-me do que tinha feito na noite passada. E assim senti mais outros milhões de lágrimas descerem inconvenientemente. Eu soluçava baixinho enquanto xingava para mim mesma o quanto eu me odiava naquele momento por ter feito o meu amor chorar. Suspirei baixo e sai andando em direção à janela, o céu estava totalmente azul, não havia nuvens. Seria um dia perfeito pra darmos uma volta não é? É, seria se você não estivesse a quilômetros de mim e se não estivesse triste. Fechei a janela e fui direto pra minha cama. Deitei-me e me enrolei por completo com o edredom, não me importava que estivesse fazendo quase 35º lá fora. Eu só queria ficar quieta e esquecer que existia um mundo esperando por mim. Eu não queria mais viver, não sem você. Não sem os seus sorrisos, suas gargalhadas e suas piadinhas sem graça. Nada era muito completo sem você, não tinha a mesma importância. Com você tudo era diferente, parecia que tudo se completava de um jeito perfeito demais. Agarrei o travesseiro e fechei os olhos, os apertando com força e desejando pra que quando os abrisse você estivesse em meus braços e não meu travesseiro que ainda estava úmido por conta das minhas lágrimas. Abri os olhos desanimada, é claro que você não iria aparecer em meu quarto em um passe de mágica só porque eu desejaria isso. A vida era complicadamente difícil. Se você morasse aqui, bem mais pertinho de mim, com certeza eu teria juntado todas as minhas forças e engolido o pouco de orgulho que me restava e teria batido na porta de sua casa sem pensar duas vezes só para te pedir desculpa, olhando em teus olhos. Mas não, Deus tinha que ter te colocado a quase três mil quilômetros de mim. Muito injusto. Injusto demais, demais até. Apertei o travesseiro com força e deixei um gemido de dor misturado ao dengo escapar entre meus lábios. Eu te queria ali, era fato. Ah, como eu queria. Cuidando-me, abraçando-me, você não precisaria falar nada, seu silêncio já seria confortante para mim. Sai de debaixo do edredom, eu tinha que fazer algo, ficar ali deitada, desejando você aparecer do nada não iria resolver. Sentando-me na cama, tateie toda ela a procura do meu celular. Assim que o encontrei, o encarei por alguns longos segundos e após um suspiro tive coragem de discar seu número. A cada toque que ecoava em meu ouvido sentia meu coração saltar e implorar por sair do meu corpo. Você não atendeu e eu soube, era o fim...
Autora: Jessika Lima.
Achei esse texto nas minhas pastas antigas. Lê-lo me fez reviver toda essa situação de 3 anos atrás e foi por esse mesmo motivo que decidi compartilha-lo com vocês. Gosto de textos que depois de tanto tempo que foi escrito ainda me faça sentir algo. Espero que gostem!